domingo, 13 de junho de 2010

Agulhas, agulhas, agulhas


Quando era criança eu tinha medo de vacina. Sério, eu implicava até com as gotinhas, era a mesma coisa com dentista, cheguei a me enfiar debaixo da cama para não ir ao dentista. Normal, conheço poucas crianças menores de dez anos que não odeiem vacinas, dentistas, remédios. Covardia é aceitável em crianças. E nos adultos?
Este ano eu comecei a trabalhar com saúde, a primeira campanha que encarei foi a campanha contra H1N1. Foi nesta campanha que eu descobri o grande número de adultos que se recusam a receber vacinas, qualquer uma, os “resistentes” como são chamados pelos profissionais de saúde. Sim, sim, tem marmanjo barbado correndo de agulhada. Vamos descontar os casos em que as pessoas tem argumentos aceitáveis, por exemplo, a pessoa fica receosa de se vacinar quando ouve boatos sobre reações adversas, sobre lotes problemáticos...
Mas existem os casos de total falta de argumento, a pessoa diz que não irá se vacinar porque “não precisa”, “tem uma saúde de ferro”, “não tem tempo”. Sinceridade só naqueles que admitem de uma vez: não gostam de agulhas. Justamente com estes fica difícil contra-argumentar, se o fulano disse que não precisava se vacinar tem como se apontar dúzias de motivos para fazê-lo, e para o medo, qual argumento usar?
As pessoas são esquisitas sem dúvida. Enquanto algumas exigem longas conversas sobre a necessidade e a importância da vacinação, outras exigem paciência para convencê-las de que não estão no grupo alvo da campanha, é preciso aguardar a idade certa, a extensão do privilégio a novos grupos alvos, procurar a rede particular...
Guardar e encontrar as carteiras de vacinação, sair de casa, aguardar em filas longas, arregaçar as mangas, estas são atitudes de pessoas precavidas e preocupadas não só com a própria saúde, mas também com a saúde de todos.
Para esclarecimento, passou o meu medo de agulhas, entendi que a picadinha no braço é um custo pequeno em comparação a adoecer, gastar com remédios, ir para um hospital. Além do que, ter medo de vacina é coisa de criança.

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