sexta-feira, 30 de julho de 2010

Maqueteiros


As maquetes aí acima foram confeccionadas pelos agentes comunitários da minha cidade (Cândido Sales-Bahia) para ilustrar como deve ser uma cidade saudável e como é uma cidade doente. O trabalho faz parte do nosso curso de capacitação como Técnicos em Agente Comunitário de Saúde, pela Escola de Formação Técnica em Saúde Prof. Jorge Novis.

Não dá para dizer que criamos obras primas, foi feito tudo muito de improviso, mas deu para sentir que vivemos (nós, terráqueos) em cidades ques passam longe de poderem ser chamadas saudáveis.

Falando em construção de cidades ideais, tem uma página de jogos que eu acho ótimos para nos fazer pensar sobre como devemos tratar o meio ambiente, de vez em quando eu jogo com a minha filha por lá.

Quem quiser conferir, vai o link do meu preferido: http://www.eyezmaze.com/eyezblog_en/blog/2005/09/grow_cube.html#monster

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Um repeteco e duas propagandas

Aproveito que acabei de fazer uma postagem no blog que partilho com o meu irmão (Náufragos no Sertão) para colar o cartaz aqui. Acho que valerá a pena conferir especialmente os textos do meu brother, e também um meu lado menos ficcional e menos poético.

E como estamos colando cartazes, dou uma de coruja e faço o comercial do Fábulas de Havana, blog em que eu transcrevo as histórias inventadas pela minha pequena rebenta. Se não for por outra razão, as ilustrações do Fábulas são todas feitas por mim no Paint, confiram o quanto eu desenho tão mal quanto uma criança de seis anos.


Náufragos no Sertão: Quando o cinismo semeia ignorância: "

sábado, 24 de julho de 2010

Decidi pintar um quadro

Decidi pintar um quadro cheio de adjetivos incompreensíveis e riscos esnobes. Meu quadro contará histórias ultraromânticas de paixões loucas e mortes carregadas de insanidade. Ele fará as pessoas suspirarem por sua simplicidade em misturar elementos complexos e torná-los uma coisa totalmente sem lógica. Será ilegível para os menos sensíveis e feio para a maioria. Causará vômitos nas damas das galerias e ereções em centenários cegos. Será um quadro mudo, como todos os quadros devem ser, e será um grito de desespero da pintora sem dedos.

Começará por uma tela sem cores, nem o branco, e terminará por uma explosão da ausência de contornos. Os meios ficarão vazios e a extremidades também. Terá movimento a imagem, os olhos correrão de um lado ao outro tentando encontrar algo para ser enxergado.

Ficará pronto com certeza algum dia, ou noite, no meio de uma hora cansada, entre um gole de café e um bater de porta.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Dia

O dia nasceu.
É dia outra vez.
Ressuscitaram as idéias requentadas.
Aboliram a escuridão. De novo.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Solidão

Família. Sons conhecidos, visões estranhas. Teve uma família um dia e a perdeu. De quem era a culpa? Sua? O que podemos fazer para evitar os outros de seguirem seus próprios caminhos?

Fazia falta, muita falta, ter alguém para ouvir a sua voz. Os outros fingiam estar ouvindo, mas não ouviam. Ficavam parados escutando, só escutando. Olhar para a pessoa enquanto ela fala não significa compreender. Andavam todos ocupados com coisas passageiras e sem importância, mesquinharias pessoais, projetos financeiros.

Ninguém para ouvir a solidão na voz desesperada. Ninguém para dividir os sonhos inúteis, rir das brincadeiras sem fundamento, planejar revoluções que não sairiam do papel. Alguém para segurar a sua mão dentro da noite fria e passar um pouco de calor desinteressado.

Queria sair e bater nas pessoas. Tirar sangue daquelas criaturas dormentes e sem horizontes. Olhavam para os pés, olhar para o céu era pedir demais. Paravam, olhavam um segundo para o céu e voltavam a olhar para os pés. Medo de tropeçar, parecia. Ausência de curiosidade.

Não conseguia se aproximar deles. Eram cheios de pensamentos confusos.

Em si havia o vazio de idéias e sentimentos. Sem memórias. Sem planos. Solidão apenas.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Germinação

Nasceu
Cresceu e se espalhou
Abriu seus braços
Aos quatro ventos

Lançou
Esporos ao solo seco
Adormeceu sob o cascalho
Esqueceu de sonhar

Germinou
No calor do sol mortiço
Rebentou em terreno pedregoso
Rendeu controvérsia com o minguar de lua

Resistiu ao trovão e ao pé do gado
Sufocou os espinhos entre a folhagem
Carregou de sementes o fruto-ventre

Murchou de vergonha ao meio dia
Recolheu as raízes ao miolo
E dormiu pra esperar o outro inverno