quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Fabuleta cruel ou O primeiro verso para vos apresentar o terreno que comprei no céu

A velha gorda e mentirosa que falava mal de todos no seu caminho ficou com a língua roxa e morreu.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Flash de melancolia


"Fixou os olhos tristes no conteúdo da taça que lhe foi entregue. O cintilar da luz no líquido encarnado a fez recordar de momentos nostálgicos. Tempo no qual possuía crenças e esperanças, concedia ao universo o benefício da dúvida e confiava na chegada de uma vida melhor. Passado esse tempo veio um outro, vertiginosa queda rumo a um abismo de desmentidos e desilusões, o fim de todas as esperanças, o despertar para uma nova existência sem sonhos. (...)"

sábado, 7 de agosto de 2010

RECEITA PARA CHORAR SEM QUERER

Concentre seu pensamento em uma família de refugiados dos Bálcãs fugindo em fila indiana por um deserto cheio de minas terrestres. As crianças rosadas sorriem inocentes nas costas de suas mães, as mães choram, os homens correm. Um velho carrega o seu cachorro morto. Todos chegam ao outro lado inteiros e o que os separa da salvação é uma cerca: eles saltam sobre a cerca e morrem eletrocutados.

CONSEGUIU CHORAR?



(Inspirado por uma mistura das maluquices do Ignácio de Loyola em Zero e pelo humor do Millôr Fernandes em seus contos curtos.)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Perdões

Perdoa
as palavras não ditas
as razões não ouvidas
as frases vazias

Perdoa
a ausência de gestos
os silêncios
os protestos
a incompreensão

Perdoa
a intolerância
a indiferença
a constante dissonância de idéias

Tenta desculpar por eu não rir das tuas piadas

Ignore as minhas preferências singulares
Ignore o meu ar de quem já sabe o fim da história antes do princípio
Ignore as coisas que você gostaria que fizéssemos juntos mas jamais faremos

Esquece os bilhetes que não escrevi, os sapatos que não lustrei, os carros em miniatura que te proibi de comprar.

Aceita as minhas imperfeições.