sábado, 11 de junho de 2011

Visitas


O sol invade o biongo pelos vãos rachados das telhas. Cozinha os miolos calvos do corpo caído no chão. A poeira levanta com o sopro do vento que passeia na saleta, levanta e cai devagar e torna a levantar. É poeira luminosa, saudosa da vassoura, alegre pela luz visitadeira. O olho acompanha a luz e a poeira, só ele mexe no corpo, a vida se escondeu nele. O olho sonha com a chuva. A chuva matará a poeira, esconderá o sol e molhará as telhas. As telhas inchadas vazarão a chuva para dentro da saleta onde o olho se esconde e espera a hora de lavar das vistas a poeira.