domingo, 25 de setembro de 2011

Sem sentido

De menina não aprendi a trançar
Rezar me ensinaram, mas eu esqueci
Régua e compasso nunca soube usar
Eu não leio mapas ou olho estrelas
Faço a travessia sem guias nem nortes
De olhos fechados para melhor olhar para dentro
Surda às buzinações e ricochetes
Sigo as insinuações do pensamento.

O Todo e a Parte

Do todo entrevejo a parte
que se parte no manuseio,
em pó tudo é mais concentrado.

O que é grande demais não se vê de perto.

Afasto, me perco, nunca me acho
só na mente vizualizo a meta.

Ave, só luto!

Em absoluto
na vida só luto.

Entre o verso e o avesso
sigo resoluto.
Contra o metro e a prosa
a parede e o muro
e o nome da rosa
e o conto não conto,
luto e reluto.

Assento o concreto em bases solúveis.
Desmancho as tramas das redes onde sonho,
ao invés de dormir 
eu luto.





segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Leia a bula

Instruções para ler esse blog


Antes do depois e do mais adiante: você não receberá nenhum retorno material por ler o que aqui estiver escrito. A autora destas páginas não acredita em retorno material ou financeiro pelo seu trabalho, não o dá e não o recebe.

Este blog não tem dicas úteis. Você não vai aprender a fazer nada aqui. A autora não sabe fazer nada de aproveitável ou repassável, e o que sabe ela guarda para si.

Aqui se fala de coisas ora sérias, ora inúteis. Humor há pouco, também não prometemos lágrimas.

Pouco é pouco, muito é muito. Aqui quase sempre é pouco e não tem ninguém chorando por isso.

Os sentimentos por aqui tratados são técnica e imitação, são o fingimento sincero da dor de seus personagens. A ficção aparenta realidade, mas continua ficção. A realidade permanecerá sempre inexplicável.

 Agora é só ler.