sábado, 20 de agosto de 2011

Ah!

Ah, se eu fosse!
Se eu tivesse
Se eu pudesse
Se eu quisesse
Se eu soubesse...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Jorge Amado

Jorge Amado foi o primeiro escritor baiano com o qual tive contato, li quase de uma vez dez obras do escritor. Viajei com sua ficção pelos terreiros de Salvador, a cidade baixa dos pescadores pobres e das meretrizes, pelo sertão seco do preconceito, pelo coronelismo dos donos das roças de cacau, de fumo, de cana. Amado mostra o baiano e o mais pobre, simpatiza com os dois, denuncia o patriarcado e o protecionismo sem se divorciar deles. Ele é ao mesmo tempo o vate que bebe nas mesas dos rotary clubs e o vagabundo que cai na sarjeta na beira do cais.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A ordem da fila

Eram 7 horas. Da manhã. O vento frio não aliviava o enjôo e a calçada ficava no caminho tentando fazê-la tropeçar. A mulher baixinha e velha do guichê respondia que "sim" à sua pergunta apertando o óculos no rosto naquele gesto clássico de quem usa óculos. 

- Sim, é hoje. Não, não agora de manhã. À tarde. Posso sim, qual seu nome? Costa? Cravo? Certo. Às duas.

Faltavam seis horas. Cinco horas e quarenta e quatro minutos. Saiu para a rua. Andava devagar para deixar o tempo andar mais rápido. O vento não soprava mais frio, nem soprava. O sol esquentara e queimava o rosto escondido atrás dos óculos escuros. Um prédio alto tapou o sol e o dia virou noite pelas lentes escuras. Passou o prédio e o sol voltou.