domingo, 5 de maio de 2019

E.T.

Eternamente Tua
Serei
Daqui por diante
Sem regras
Para o que houver

Eternamente Tua
Pelo prazo indeterminado do infinito
Advirto de antemão:
Minha última febre durou entre seis e sete anos
Depois disso, sofri no máximo leves resfriados

Eternamente Tua
Por escolha minha, não tua
Porque não acredito em mentiras mal estruturadas
Em qual Universo eu acreditaria que não me queres?
A mim? Aquela a quem todos cobiçam

Eternamente Tua
Sei que não és imune ao meu veneno
Quanto te feri, não foi para te matar, como menti antes
Cravei meus dentes em teu braço para inocular nele o veneno do meu amor
Porque saber-se amado é saber-se desejado

Eternamente Tua
E o desejo é contagioso, inebriante, irresistível
Percebe-se pelo cheiro, pelo movimento, pelo olhar
Se eu te desejo, e tens consciência disso, então teus olhos cruzaram com os da serpente
Encontra-te agora mesmerizado, paralisado pelo medo, trêmulo pela eminência do perigo, em alerta de fuga, pois estás consciente do teu papel de presa: a serpente te deseja

Eternamente Tua
Não te enganes, não és caça, nem pássaro na gaiola,
És estrela, és musa
A entrega é minha, sou tua, permaneces livre
Escravos seremos apenas de nosso medo de sofrer, de nossas camadas e camadas de amor próprio e autoproteção, nossa verborragia, nosso riso nervoso, nossos ritos de tornarmo-nos repulsivos e assustadores para os outros, porque manter os outros longe é a nossa forma de protegê-los das monstruosidades que encerramos em nossos peitos, porque precisamos proteger os outros desta potência de maldade que conhecemos em nós mesmos, mas que mantemos escondida, porque somos,  por princípio e escolhas, bons

Eternamente Tua
Entregue
Desarmada
Porém, não te animes
Eternamente insubmissa
Eternamente eu
Eternamente teimosa, prolixa, caótica, Pink
E Tua
E.T., Ana


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