sexta-feira, 14 de junho de 2013

Quanto mais se reza...


Vamos ser francos? Rezar resolve? Se resolve, rezem aí por mim, que eu mesma já desisti. 

Os psicólogos que se rebolem em cima de seus tamboretes por lerem esta obviedade proverbial das minhas emoções em fuga: o único remédio deste mundo é estar fora dele. Eu me lembro muito bem que este era o lance dos românticos, e quer saber? Estavam certíssimos: com este mundo, a solução é outro. Outro, outro mundo, entende? É por isso que religião faz tanto sucesso. Quer coisa mais óbvia do que constatar que o mundo é uma droga, e a solução é fugirmos?!

Agora, não me perguntem se alguém virá nos buscar, eu não ando pondo banca de missionária ou coisa e tal. Aliás, se me perguntassem, eu arriscaria dizer que ninguém vem nos buscar, no máximo, vejam bem, no máximo... Já tem outra raça pro nosso lugar. É claro! Por que outra razão as profecias religiosas nos ameaçam com o fim deste mundo, a não ser como aviso prévio de que Deus está criando coisa melhor para chamar de sua "Criação". 

E podemos culpar a Deus por isso? Eu não me atrevo! Ele está é muito do certo. Neste mundo, em que ninguém mais vale uma pipoca, em que todos querem só garantir o seu, em que vagabundo veste beca de doutor e manda dar surra em operário, em que todos acham que estão certos e ninguém assume que está errado. É difícil advogar a nosso favor, humanos irmãos meus, é difícil.

O mundo em que vivemos anda de tal forma corroído, que parece até o mesmo do qual os antigos reclamavam, e Deus fez o favor de afogar no dilúvio. E aí, cadê o dilúvio novo? Está demorando.

Pode ser, repito, pode ser, que esta minha sede diluviana venha do fato que eu venha lidando com filhos da puta demais ultimamente. Mas se até Jó se lamentou, quem sou eu para não me lamentar? 

Que venham os fins, pois estes meios já me cansaram demais.

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