Eu não sabia mesmo não, de onde
tinha vindo esse nome que eu tenho. Era só o meu nome, o primeiro nome ainda,
todo mundo só dizia ele errado, eu nem ligava de corrigir. Nem sei por que me
puseram esse nome, aliás, nem sei por que me puseram nesse mundo. Antigamente, os pais tinham uns quinze meninos, nem dava pra lembrar os nomes de todos. Deve ser por isso que se botava tanto apelido. O apelido tem a cara do dono, o nome nem sempre.
Mas, por que foi mesmo que me puseram no mundo? Deve ter sido
por nada; pior, foi por acidente. Também, numa droga de mundo desses, para
alguém decidir de sã consciência fazer um filho tem de ser muito pancada. Todo
mundo nasce por acidente, puro conformismo da genitora. Minha mãe me dizia: “Minina,
te pari por pena de te tirar”. Ela dizia na hora da raiva, devia ser verdade. O
nome era isso, o desprezo de minha mãe em não me dar um nome melhor.
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