sábado, 16 de janeiro de 2010

Os problema dos outros

A maioria dos ocidentais é incapaz de compreender o que leva uma pessoa a abandonar sua pátria e arriscar a vida para chegar ao Ocidente e servir como mão-de-obra barata.

Não compreendem porque nunca possuíram uma terra que lhes pertencesse e da qual gerações de sua família tiraram o próprio sustento, nem tiveram que fugir desta terra com o a roupa do corpo para não morrer e se refugiar nas cidades, sem casa ou comida. Não olharam para os quatro cantos sem esperança de alguém que lhe cedesse um pão para matar a fome. Depois, rastejar pelo esgoto e encontrar um trabalho estafante que lhe mantém vivo, mas não garante a sobrevivência. Não garante pois inexistem leis que impeçam que atirem sobre você na rua porque você não se curvou o bastante, nem leis que impeçam dezenas de serem enterrados em valas comuns secretamente.

Os mais céticos se perguntarão: “Isto é impossível, pois existem aí os observadores internacionais, e os jornais, e a ONU, e a Cruz Vermelha, e a opinião pública.” Estes céticos são tolos como crianças. As pessoas veem quando querem ver e olham para o outro lado quando não querem. O problema do outro é do outro. Esse é o problema.

Imagem: A face da guerra, Salvador Dali

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